Uma matéria da NBCNews buscou analisar as complexidades da identidade racial e étnica, especialmente para os latinos nos Estados Unidos, destacando as mudanças recentes nas categorias de dados do governo. Como alguns dos exemplos, a matéria fala de Monica Sanchez, uma fonoaudióloga de Seattle com ascendência mexicano-americana, que compartilhou suas frustrações ao preencher formulários oficiais que geralmente não incluem opções adequadas para sua identidade racial. Ela expressou o desconforto de escolher apenas “outra” como sua identificação racial, sentindo que isso contribui para diminuir a importância da identidade latina.

As recentes mudanças nos padrões adotados pelo governo Biden refletem uma resposta a essas preocupações, com a inclusão de “hispânico ou latino” como uma categoria racial/étnica distinta e a introdução de uma caixa de verificação para pessoas de ascendência do Oriente Médio ou do Norte da África. No entanto, há debate sobre se essas mudanças são suficientes para capturar a complexidade da identidade latina, especialmente considerando as experiências de discriminação e exclusão que muitos latinos enfrentam nos Estados Unidos.

“Anteriormente, os latinos tinham uma questão de duas partes para sua identidade em formulários federais: eles eram questionados se eram hispânicos ou latinos e, em seguida, solicitados a escolher uma raça: branco, negro, índio americano ou "alguma outra". A questão era que muitos hispânicos como Sanchez não se viam como brancos, negros ou asiáticos, mas apenas “hispânicos”.

A matéria da NBC destaca a importância dos dados do censo para informar políticas e programas governamentais, bem como para entender as disparidades raciais e étnicas na sociedade. No entanto, também aponta os desafios de categorizar adequadamente grupos raciais e étnicos diversos, especialmente aqueles com identidades mistas ou complexas.

“Os investigadores [...] examinaram fatores que podem explicar por que muitos latinos não se sentem totalmente confortáveis ​​em identificar-se como brancos, independentemente da cor da sua pele. Em 2021, cerca de um quarto dos latinos falantes de espanhol disseram ter sido criticados por falar espanhol em público, e 20% dos latinos disseram que foram chamados de nomes ofensivos no ano passado, de acordo com um relatório de 2022 da Pew Research. Entre os latinos de pele mais escura, os números que relatam discriminação são muito mais elevados: cerca de 4 em cada 10 latinos afirmaram ter sofrido discriminação por parte de não latinos, bem como de outros hispânicos”, descreve a matéria.

Enquanto alguns grupos de defesa e acadêmicos aplaudem as mudanças como um passo na direção certa, outros expressam preocupações sobre a possibilidade de diluir os dados sobre as diferenças raciais entre os latinos. O artigo destaca a importância de garantir que os latinos sejam capazes de se identificar adequadamente nos formulários do censo, sem serem limitados por opções simplistas ou inadequadas.