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Avaliação da inteligência dos EUA contradiz alegações de Trump sobre gangue venezuelana

Editores | 03/05/2025 16:23 | POLÍTICA E ECONOMIA
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Uma recente avaliação secreta conduzida pelo Conselho Nacional de Inteligência dos Estados Unidos, com base na análise das 18 agências de espionagem do país, concluiu que o governo da Venezuela não está por trás de uma suposta "invasão" americana promovida pela gangue Tren de Aragua. Essa conclusão entra em choque direto com as alegações públicas feitas por Donald Trump, que justificou deportações sumárias de imigrantes venezuelanos suspeitos de envolvimento com o grupo com base nessa teoria, segundo matéria TheWashington Post.


A polêmica se agravou quando o ex-presidente invocou a antiquada Lei de Inimigos Estrangeiros, de 1798 — usada pela última vez durante a Segunda Guerra Mundial — para deportar supostos membros da gangue sem o devido processo legal. Essas deportações foram realizadas apesar de ordens judiciais que proibiam tais ações, gerando forte tensão entre o Executivo e o Judiciário. Um juiz federal chegou a advertir o governo pela aparente desobediência, classificando a atitude como uma afronta à Constituição americana.


O documento de inteligência, que teve apoio quase unânime das agências, com exceção do FBI, apontou apenas contatos esporádicos entre o grupo criminoso e o regime de Nicolás Maduro, sem evidências de comando direto por parte do governo venezuelano. Especialistas independentes confirmaram a análise, argumentando que o Tren de Aragua, surgido nas prisões da Venezuela, se expandiu como uma organização descentralizada e sem hierarquia rígida, mais associada a uma “marca do crime” do que a um aparato controlado por um Estado.


Apesar das evidências em contrário, Trump e aliados continuam a defender a narrativa de que a deportação em massa é necessária para a segurança nacional. Eles também acusam membros da comunidade de inteligência de serem parte de um suposto "estado profundo" alinhado à imprensa para minar suas políticas. Enquanto isso, parlamentares democratas pedem mais transparência sobre os dados de inteligência, cobrando explicações sobre o uso da lei como justificativa para medidas extremas.


O episódio revela uma disputa intensa entre política e legalidade, onde o uso de leis obsoletas, o embate com o Judiciário e o apelo a teorias não comprovadas servem como pano de fundo para decisões que impactam diretamente os direitos de imigrantes e os fundamentos constitucionais dos Estados Unidos. No centro da controvérsia está não apenas a veracidade das acusações contra o Tren de Aragua, mas a própria integridade dos mecanismos democráticos diante de ações presidenciais controversas.

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