O presidente Donald Trump voltou a provocar polêmica ao afirmar publicamente que imigrantes indocumentados não deveriam ter direito a julgamentos antes da deportação. Segundo matéria do The New York Time, em declarações feitas no Salão Oval diante de jornalistas, Trump reclamou das limitações impostas pelo judiciário ao seu poder de expulsar estrangeiros, alegando que países como Congo e Venezuela teriam esvaziado suas prisões enviando criminosos aos Estados Unidos — uma afirmação sem base comprovada. Ele argumentou que o processo legal seria demorado demais para lidar com o volume de pessoas que seu governo pretende remover, incluindo, segundo ele, assassinos, traficantes e indivíduos com transtornos mentais.
As palavras do ex-presidente geraram forte repercussão. Parlamentares como o deputado democrata Jonathan L. Jackson reagiram duramente, classificando a fala como típica de regimes autoritários e lembrando que o devido processo é uma garantia fundamental da Constituição americana. O embate acontece em meio a recentes decisões da Suprema Corte, que bloqueou temporariamente deportações sumárias de venezuelanos acusados de vínculo com gangues, baseadas na antiga Lei de Inimigos Estrangeiros, raramente usada desde sua criação em 1798.
Além disso, o governo Trump enfrenta críticas
por ignorar decisões judiciais, como no caso de um salvadorenho deportado por
engano e cuja volta foi ordenada pelo tribunal, mas ainda não concretizada pela
Casa Branca. A tensão entre os poderes e as críticas à retórica presidencial
mostram que o debate sobre imigração nos EUA continua a ser marcado por
confrontos legais e políticos intensos.