Um novo relatório do Collage Group destaca que os hispânicos/latinos são o grupo demográfico mais propenso a atuar como cuidadores de idosos nos Estados Unidos, apesar de enfrentarem barreiras sistêmicas nos cuidados de saúde. Intitulado “Engaging Hispanic Carefluencers”, (“Engajando cuidadores hispânicos”), o estudo buscou entender o cenário atual dos cuidadores latinos, enfatizando as tendências e questões que enfrentam ao cuidar de familiares.
Esse cuidado é uma tarefa exigente que envolve diversas responsabilidades, como gerenciar receitas médicas, cuidar da casa, contribuir financeiramente, acompanhar consultas médicas e explicar terminologia médica aos que estão sob seus cuidados. Nesse sentido, os latinos têm maior probabilidade de viver em lares multigeracionais, o que aumenta a chance de se tornarem cuidadores à medida que seus familiares envelhecem.
O estudo revelou que 67% dos hispânicos nos EUA realizam tarefas de cuidado para alguém com problemas de saúde, 10 pontos percentuais acima da média da população geral. Esse papel é desempenhado simultaneamente com outras responsabilidades, como trabalho e cuidado de crianças. Cerca de 52% dos cuidadores latinos estão empregados e 53% têm filhos menores de 18 anos, aumentando a carga de tarefas a serem gerenciadas.
As tradições culturais e a importância da família desempenham um papel central na decisão dos latinos de se tornarem cuidadores. Ruídos linguísticos e a falta de cuidadores culturalmente competentes também são fatores significativos. Muitas vezes, os hispânicos começam a atuar como tradutores e intérpretes para seus pais desde cedo devido às limitações na língua inglesa.
A falta de suporte cultural e espiritual nos serviços de saúde, como os hospitais psiquiátricos, é uma preocupação adicional para os hispânicos, que tendem a ver esses serviços como não atendendo aos desejos dos pacientes. Além disso, os cuidadores hispânicos relatam ter poucas fontes de ajuda ou informação sobre cuidados, com uma média de apenas 1,4 fontes de apoio, obtendo informações de profissionais ou de amigos e familiares menos frequentemente do que outros grupos.
O Collage Group recomenda algumas abordagens para fechar a lacuna entre os cuidadores hispânicos e garantir que seus esforços sejam reconhecidos e eficazes. Isso inclui reconhecer os desafios que enfrentam, compartilhar recursos e histórias, e garantir que os médicos sejam cultural e linguisticamente competentes para apoiar pacientes e cuidadores hispânicos.
Por fim, o estudo sublinha a importância das
tradições culturais de cordialidade e centralidade familiar entre os
hispânicos, destacando que 86% dos latinos consideram a família uma das coisas
mais importantes da vida, em comparação com 82% da população total. Essa ênfase
na família, juntamente com a falta de opções de cuidados culturalmente
competentes, motiva muitos hispânicos a assumir o papel de cuidadores.